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Foto do escritorAlexandra Oliveira

Racismo na Grécia Antiga

O racismo que conhecemos hoje surgiu no século XVI, relacionado à escravidão, colonização e afins. Na antiguidade, uma cor de pele diferente não parecia ser um problema. Na verdade, a Ilíada apresenta Príamo bem animado em conhecer um rei etíope, o rei Memnon. 

Cântaro de terracota com duas cabeças, de cerca de 510-480 AEC (Museum of Fine Arts, Boston).


Os antigos gregos se esforçavam muito para superar o medo primitivo do desconhecido, do estranho. Percebemos isso na prática da “xenia”, a hospitalidade, um conceito que os fazia receber bem os estrangeiros, com civilidade e humanidade. Esse princípio ético era um valor superimportante de suas crenças, cultura e sociedade. Já a aversão a estrangeiros, a xenofobia, tão presente nos dias de hoje, era condenada pelos deuses e por seus devotos. 


Além disso, a questão da escravidão nos tempos antigos não tinha a ver com raça. Um escravo podia ser de qualquer raça, religião, educação e origem econômica. Escravos normalmente eram espólios de guerra ou pessoas que tinham o azar de serem capturadas por piratas (ou mesmo algum professor tomado para dar instrução). Era até normal um grego ter outro grego como escravo. E, se havia alguma ligação entre escravidão e um grupo minoritário, era mais provável que este fosse de loiros e ruivos de olhos claros - os “bárbaros” do norte.


Apesar do filósofo Teofrasto (na obra Caracteres) descrever um servo de pele negra, outros textos gregos antigos contradizem isso. Os épicos de Homero (Ilíada 1, 423 e Odisseia 1, 22-23) descrevem os etíopes como criaturas semi-divinas cuja nação era um oásis relaxante para os deuses. E as referências visuais nas pinturas e vasos antigos apresentam africanos como aliados políticos, músicos, religiosos, soldados etc.


Os soldados eram incentivados a preferir lutar até a morte do que serem capturados. Então se virava escravo quando se perdia uma luta, e não porque se nasceu com certo fenótipo. E as lutas entre nações teriam mais a ver com etnocentrismo do que com racismo.

Quando o modelo de divindade abrange tantos deuses diversos, seria incongruente não espelhar o respeito à diversidade também entre os humanos. 


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​​​Alexandra Oliveira ​© 2020-2024 | Desde março de 2003.

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